sábado, 15 de março de 2008

DUBLÊ DE MIM MESMO

Acordei,
Escovei os dentes,
Olhei no espelho
Mas não me vi

No trem,
No vagão
Em meio a multidão
Não era eu que estava ali

No serviço,
Era como se outro
Trabalhasse por mim

Em casa,
Sentado à mesa de jantar
Eu parecia
Não existir

Até a noite,
No quarto escuro .
Nem mesmo os afagos noturnos
Eu pudi sentir

Então passei a me peguntar:
- Se não sou euVivendo em minha vida
Quem é esse outroQue vive em meu lugar?

Será um dublê, um sósia
Um gêmio perdido

Ou será que sou eu mesmo
Que não admito
Que essa é a vida
Que eu mesmo escolhi?

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