Eu tenho um mundo ao meu redor
Mas os muros que me cercam,
Não me deixam ver a linha do horizonte,
Eu não consigo enxergar além dos montes,
Eu fui ensinado,
Que existem certas coisas,
Que eu não devo conhecer.
Há espinhos e meu corpo
Que me machucam toda vez
Que eu tento me mover.
Tenho brinquedos no baú
Mas as pessoas me disseram,
Que eu não posso mais brincar por que sou grande,
Que eu não posso nem chorar por que sou homem,
Eu fui ensinado,
Que existem certas coisas,
Que eu não posso mais fazer.
Há Algemas e meu pulso
Que por mais que eu me esforce,
Não consigo remover.
Escravidão.
Restrições.
Prendemos sentimentos
Dentro os nossos corações
Por um falso pudor,
Que nos dá medo de lutar pelo que amamos.
Que nos faz desistir dos nossos sonhos.
E que destrói tudo que realmente somos.
Tenho uma vida pela frente
Mas esse medo de viver,
Não me deixa mais ser como eu era,
Acabou a estação da primavera,
Os pássaros pararam de cantar.
Há espelhos em minha frente,
Mas não importa o quanto eu olhe,
Eu não consigo enxergar.
Escravidão.
Medo.
Guardamos nossos desejos
Todos em segredo,
Por um falso pudor,
Que não nos deixa admitir o que sentimos,
Que nos condena toda vez que refletimos,
E que nos mata, toda vez que desistimos.
Queria correr,
Mas prenderão meus pés.
Queria voar,
Mas cortaram minhas asas
No dia em que me disseram
Que aquilo que sonhava,
Nunca vai acontecer
Mas que eu vou sobreviver.
Mas me diga a verdade:
Se besteira é sonhar,
Que razão há pra viver?
Marcos Roberto Moreira
sábado, 2 de fevereiro de 2008
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