sexta-feira, 11 de abril de 2008
SONHOS DE PAPELÃO
Nóis sêmo pobri, é verdade
mais nóis num qué 'co cê dê as coisa pra nóis.
Nóis qué trabaia, pra modi pudê comprá
Arroiz, fijão, dá pão prus nossos fio.
Dá instudo, educação decente.
E quem sabe eles virá dotô
e ajude os sotro a sará da dengue.
Eu vim pa Sum Paulo,
Posque meu primo Séverino
Falô ca qui tinha imprego di sobra
Mais agora, eu moro num barraco do lado do rio
Cato papelão, prástico latinha vazia
E quando meus fio tão cum frio
Us papelão ajuda a mulequeda a fica quentinha.
Meu fio mais véio, o Jocrédisu, tá me ajudanu.
Ele fica nu centro ingraxano sapato.
Eu quiria quele tivesse instudanu
mais pelo menos, ele tira uns tracado
Mais eu sei cas coisa vai miorá
O seu prisidente falô, que já tá miorano
Que todo mundo tá podeno compra
Casa di bróco, carro du anu,
Então quem sabe eu vô ranjá
Dinhero pra pude vortá
Cus mininu e minha mulé
Lá pra minha terrinha
Prantá di novo aipim fazê farinha
E a mulecada pode brincá a vontade
Sem sê chamadu de trombadinha
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